O ex-governador do Ceará Ciro Gomes oficializou sua saída do PDT nesta quinta-feira (17), em carta enviada ao presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. A decisão ocorre após a aproximação do partido com o governo petista de Elmano de Freitas, no Ceará movimento que desagradou Ciro e intensificou seu distanciamento da sigla que o abrigava desde 2015.
Segundo apuração da Folha de S.Paulo, o ex-presidenciável deve anunciar seu novo destino político na próxima semana, com o PSDB despontando como principal opção. Em julho, Ciro já havia se reunido com a cúpula tucana e afirmado que seu retorno ao partido “estava decidido”. A expectativa é que ele dispute novamente o governo cearense nas próximas eleições.
Além do PSDB, o União Brasil também manifestou interesse em receber o ex-governador, que vem se aproximando de setores da direita e endurecendo críticas tanto ao governo Lula (PT) quanto à gestão de Elmano de Freitas. A mudança de tom reflete uma guinada política de Ciro, que tem buscado reposicionar sua atuação no cenário nacional.
A saída do ex-ministro foi lamentada por aliados históricos. Antonio Neto, presidente do PDT em São Paulo, classificou o momento como “um dia de tristeza” e afirmou que o partido perde “um quadro valioso”. “Perco um companheiro de partido, mas não perco o amigo”, declarou.
O desligamento de Ciro marca o fim de um ciclo de quase uma década no PDT, partido pelo qual ele disputou a Presidência da República em 2018 e 2022. A decisão também reforça o rearranjo das forças políticas no Ceará, tradicional reduto do pedetista, e reacende as discussões sobre seu futuro papel na oposição ao PT.
