
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) reagiu com duras críticas à decisão do Senado de rejeitar a PEC das Prerrogativas, conhecida como PEC da Blindagem. Na quarta-feira (24), a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) arquivou, por unanimidade, a proposta, que previa regras mais rígidas para o processamento e prisão de parlamentares.
Nas redes sociais, Eduardo acusou setores do Judiciário de atuarem de forma “corrupta e aparelhada”, e disse que a PEC buscava criar “mecanismos de proteção contra um regime de exceção”. O parlamentar ainda chamou os senadores de “serviçais complacentes dos tiranos” e afirmou que “blindagem já existe, mas para corruptos cúmplices do sistema”.
O texto rejeitado previa que parlamentares só poderiam ser processados ou presos com autorização prévia do Congresso, em votação secreta e por maioria simples. O relator, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), classificou a matéria como “absurda” e “vergonhosa”. O presidente da CCJ, Otto Alencar (PSD-BA), chegou a pautar a PEC como primeiro item da reunião com o objetivo de “sepultá-la”.
Eduardo também atacou as manifestações contrárias à PEC, realizadas no último domingo (21) em capitais como Salvador, Belém, Recife, Brasília e no Rio de Janeiro, onde artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Djavan se apresentaram em Copacabana. O deputado disse que parte do Congresso foi influenciada por “narrativas da Globo” e por “artista fazendo micareta na rua”.
Com a decisão da CCJ, a PEC está oficialmente arquivada, mas a reação da base bolsonarista indica que o tema ainda seguirá no debate político, marcado pela tensão entre Legislativo, Judiciário e sociedade civil.