
O Ministério das Relações Exteriores divulgou uma nota oficial exigindo a libertação imediata dos 11 brasileiros detidos por forças israelenses durante a interceptação da Flotilha Global Sumud, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza. A operação, considerada ilegal pelo governo brasileiro, ocorreu em águas internacionais e resultou na captura de 443 voluntários de 47 países.
Entre os brasileiros detidos estão a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP) e o ativista Thiago de Ávila, além de outros oito integrantes da missão humanitária. A chancelaria brasileira notificou formalmente o governo de Israel e cobrou acesso consular imediato aos detidos por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv.
Na nota, o Itamaraty afirma que a ação israelense viola convenções internacionais que garantem a liberdade de navegação e classifica as detenções como arbitrárias. "Operações de caráter estritamente humanitário devem ser autorizadas e facilitadas por todas as partes em conflito", diz o texto. O Brasil também responsabiliza Israel pela segurança e integridade física dos ativistas enquanto estiverem sob custódia.
A flotilha, formada por cerca de 50 embarcações, buscava romper o bloqueio marítimo imposto por Israel à Faixa de Gaza, levando alimentos e medicamentos à população palestina. A interceptação das embarcações gerou reações de repúdio em diversos países e reacendeu o debate internacional sobre a legalidade do bloqueio e a situação humanitária em Gaza.
Em resposta, o governo israelense afirmou em nota que os detidos estão em boas condições de saúde e serão deportados para países europeus. A postura, no entanto, foi criticada por autoridades brasileiras, que afirmam que os ativistas não violaram nenhuma lei internacional e estavam engajados em missão de caráter humanitário.