A Caixa Econômica Federal ingressou com uma ação judicial contra a empresa Unindo Sonhos, fundada pela ex-BBB Paulinha Leite, conhecida nas redes sociais como “sorte lendária”. O banco sustenta que apenas a estatal possui autorização legal para promover serviços lotéricos no Brasil e pede que a empresa seja impedida de intermediar apostas em território nacional.
A ofensiva ocorre após a Unindo Sonhos ter figurado entre os premiados da Mega da Virada de 2025, ao acertar a quina em um jogo de 20 números. Para a Caixa, a atuação da empresa extrapola os limites legais, caracterizando intermediação indevida de apostas, atividade que, segundo a instituição, é de sua competência exclusiva.
Paulinha Leite, por sua vez, nega irregularidades. Ela afirma que a Unindo Sonhos não realiza sorteios nem vende apostas, limitando-se a organizar bolões entre amigos, conhecidos e internautas. Segundo a empresária, a empresa atua apenas como agrupadora de apostadores, sem ofertar diretamente qualquer serviço lotérico.
Em agosto deste ano, a Unindo Sonhos chegou a sofrer uma decisão judicial que determinou a suspensão da divulgação de suas atividades e a remoção de conteúdos das redes sociais. Posteriormente, a medida foi revertida pelo desembargador Newton Ramos, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que autorizou a continuidade das atividades até o julgamento final do processo.
A decisão do TRF-1 está alinhada a um ofício publicado pelo Ministério da Fazenda em 2024, no qual o governo avaliou que plataformas desse tipo não administram serviços lotéricos, mas apenas intermedeiam jogos entre apostadores e a própria Caixa. Esse entendimento tem sido utilizado como base de defesa por empresas do setor.
Em nota, Paulinha Leite afirmou que o processo não é exclusivo contra a Unindo Sonhos e envolve diversos sites que atuam no mesmo segmento. Ela reforçou que a empresa segue autorizada a funcionar e que sua atuação ocorre de forma “completamente legal”, restrita à intermediação de bolões.
