
O comércio pernambucano deve movimentar cerca de R$ 183 milhões no Dia dos Pais deste ano, segundo estimativa da Fecomércio-PE. O valor representa uma queda de 2,3% em comparação com o mesmo período de 2024. A retração, de acordo com a entidade, é reflexo de fatores econômicos como o aumento nos preços de produtos tradicionalmente escolhidos como presentes, além da elevada taxa de desemprego no estado.
Entre os itens mais afetados pela inflação estão roupas (alta de 4,68% em 12 meses), calçados (3,03%) e relógios de pulso (3,04%). Já os videogames, presentes de maior valor agregado, acumulam inflação de 9,38% no mesmo período. Esses aumentos comprometem o poder de compra da população, especialmente em um contexto de renda pressionada.
Outro fator relevante para a retração nas vendas é o cenário do mercado de trabalho. Pernambuco apresenta a maior taxa de desemprego do país, com 11,6% da população economicamente ativa fora do mercado. Na Região Metropolitana do Recife, a tendência de queda observada desde o início de 2024 foi revertida, com novo avanço na desocupação.
Para o economista da Fecomércio-PE, Rafael Lima, “o atual cenário, com juros altos e desemprego persistente, reduz a propensão das famílias ao consumo, especialmente em datas comemorativas que envolvem gastos com vestuário e calçados.”
Apesar da retração, o presidente da entidade, Bernardo Peixoto, ressalta que a data ainda representa uma oportunidade estratégica para o varejo. “A ampliação dos canais de atendimento, inclusive digitais, pode ser essencial para atrair novos públicos e melhorar o desempenho das vendas”, afirmou.