
A mais recente pesquisa Datafolha mostra que a percepção pública sobre o STF e o Congresso Nacional permanece estável no segundo semestre de 2025, apesar de episódios de grande repercussão institucional. O levantamento, realizado entre 2 e 4 de dezembro, ouviu 2.002 pessoas em 113 municípios, com margem de erro de dois pontos percentuais, e aponta mudanças discretas na avaliação das duas instituições.
No caso do Supremo Tribunal Federal, 35% dos entrevistados disseram considerar o trabalho ruim ou péssimo, enquanto 32% avaliaram como ótimo ou bom e outros 29% classificaram como regular. Trata-se de oscilação pequena em relação ao levantamento anterior, divulgado em julho, mas que consolida a trajetória de recuperação iniciada há dois anos, quando apenas 23% aprovavam a atuação do tribunal.
A melhora do STF é mais perceptível entre pessoas de faixa etária intermediária e grupos socioeconomicamente mais vulneráveis. Entre entrevistados de 45 a 59 anos, a aprovação chega a 38%, enquanto entre aposentados o índice alcança 39%. O apoio também cresce entre quem tem menor escolaridade, chegando a 40%, e entre simpatizantes do PT, onde atinge 63%. O efeito se intensifica entre eleitores que aprovam o governo Lula, grupo no qual o apoio ao STF alcança 68%.
No sentido contrário, a rejeição aumenta entre eleitores mais escolarizados e de maior renda. Entre pessoas com ensino superior, 43% avaliam a Corte negativamente, enquanto entre famílias com renda acima de cinco salários mínimos o índice sobe para 48%. A desaprovação chega ao pico entre simpatizantes do PL, com 87%, e encontra maior incidência entre empresários e homens.
Sobre o Congresso Nacional, a pesquisa revela quadro igualmente estável. Para 44% dos entrevistados, a atuação de deputados e senadores é regular. Já 31% avaliam como ruim ou péssima e 21% classificam como ótima ou boa. Houve recuo de quatro pontos na rejeição desde julho, movimento que ocorre após episódios de desgaste público, como debates intensos sobre a PEC da Blindagem e protestos durante a decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O efeito, porém, não alterou significativamente a imagem institucional.



