
O Cine Odeon, no centro do Rio de Janeiro, foi o cenário de uma noite memorável neste domingo (12), marcando o encerramento da 27ª edição do Festival do Rio. Com apresentação dos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes, o evento voltou a contar com os tradicionais prêmios de voto popular e reuniu artistas, produtores e cinéfilos em uma celebração que consagrou a força do cinema nacional. Ao longo de dez dias, mais de 300 filmes foram exibidos para cerca de 140 mil espectadores, consolidando o festival como um dos maiores encontros audiovisuais da América Latina.
Entre os destaques da noite, Pequenas Criaturas, da brasiliense Anne Pinheiro Guimarães, conquistou o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção. A diretora, emocionada, dedicou o prêmio à equipe e às suas memórias pessoais que inspiraram o filme, que trata de temas como maternidade, saudade e o tempo. Outro grande vencedor foi o documentário Apolo, que marcou a estreia da atriz Tainá Müller na direção. Co-dirigido por Ísis Broken, o filme foi reconhecido como Melhor Documentário e homenageou a diversidade e a representatividade de vozes marginalizadas.
A presença feminina foi marcante em praticamente todas as categorias, com cineastas como Suzanna Lira, Mini Kerti e Cíntia Domit Bittar sendo celebradas. Klara Castanho e Ana Flavia Cavalcanti venceram os prêmios de Melhor Atriz em suas respectivas categorias, enquanto Diva Menner foi premiada como Melhor Atriz Coadjuvante, destacando a força de narrativas conduzidas por mulheres e pessoas trans no cinema nacional. O longa Ato Noturno também brilhou, conquistando o prêmio de Melhor Filme Brasileiro no Prêmio Félix e Melhor Roteiro.
Além das produções brasileiras, o festival premiou filmes internacionais com o voto popular. O Prêmio Félix Internacional foi para A Sapatona Galáctica, produção australiana dirigida por Leela Varghese e Emma Hough-Hobbs. O brasileiro Allan Ribeiro também foi premiado pelo documentário Copacabana, 4 de Maio. Para a diretora do festival, Walkiria Barbosa, o evento reafirma sua importância como espaço de resistência cultural, inovação e diálogo entre gerações. “Mais do que uma vitrine, o Festival do Rio é um ato de celebração da arte brasileira e do seu poder transformador.