
O novo resultado do Indicador de Situação Previdenciária (ISP), divulgado pelo Governo Federal, acendeu um alerta sobre o enfraquecimento da gestão previdenciária em Pernambuco. A Funape, que havia alcançado o nível “B” em 2024, recuou para o nível “C” em 2025, revelando uma piora na organização administrativa e na condução do regime próprio do Estado.
Elaborado pelo Ministério da Previdência Social, o ISP mede a qualidade da gestão, a solidez financeira e o cumprimento das normas que regem os Regimes Próprios de Previdência Social. A avaliação utiliza dados declarados ao SICONFI e ao CADPREV e classifica os entes federativos entre os níveis “A” e “D”. A queda da Funape para o nível “C” reforça a percepção de fragilidade crescente na governança previdenciária estadual.
O recuo ocorre em meio a críticas sobre a falta de prioridade do governo Raquel Lyra (PSDB) para o tema. Mesmo enviando 31 projetos de lei à Alepe nesta segunda-feira (2), todos protocolados no limite do expediente, o Executivo deixou de fora justamente a proposta que reestrutura a Funape e garante autonomia financeira ao órgão. O texto está parado na Casa Civil desde fevereiro e, apesar das promessas, encerra o ano sem qualquer avanço concreto.
A Funape administra a maior folha de pagamento do Estado, com mais de 100 mil aposentados e pensionistas. Apesar das dificuldades estruturais, o órgão conseguiu zerar a fila de aposentadorias e obteve o nível máximo da Certificação Pró-Gestão RPPS — resultados alcançados graças ao esforço dos servidores, diante de investimentos insuficientes e carência de pessoal.
Esse cenário, porém, está ameaçado. Metade dos aprovados no concurso de 2017 não tomou posse, e cerca de 60% dos que ingressaram já deixaram a instituição. A queda no ISP indica que, sem reforço de pessoal, melhor infraestrutura e valorização adequada, o desempenho da Funape corre o risco de se deteriorar ainda mais nos próximos anos.



