Os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) vão se reunir nesta quarta-feira (30) com o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, em caráter emergencial. O encontro ocorre um dia após a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou em pelo menos 64 mortes e é considerada a mais letal da história do estado.
Segundo o governo federal, a reunião tem como objetivo avaliar os desdobramentos da ação e discutir medidas de segurança e coordenação entre as esferas federal e estadual. O clima é de preocupação em Brasília diante da repercussão da operação, marcada por denúncias de abusos e por um elevado número de vítimas nas comunidades cariocas.
Durante a terça-feira, Rui Costa também atendeu a um pedido de Cláudio Castro para transferir dez detentos do sistema prisional do Rio para presídios federais. De acordo com as autoridades, esses presos seriam líderes de facções criminosas que teriam ordenado, de dentro da cadeia, atos que provocaram caos na capital fluminense, incluindo bloqueios de vias e sequestro de ônibus.
Ainda na noite de terça, o governo federal realizou uma reunião na Casa Civil, presidida pelo vice-presidente em exercício, Geraldo Alckmin, e com a presença dos ministros Rui Costa, Gleisi Hoffmann, Jorge Messias (AGU), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania), Sidônio Palmeira (Comunicação) e Manoel Carlos (secretário-executivo da Justiça). O grupo avaliou o impacto político e social da operação e cobrou informações do governo fluminense.
Em nota, o Planalto informou que as forças policiais e militares federais não foram consultadas nem acionadas para apoiar a Operação Contenção. O ministro Ricardo Lewandowski também confirmou não ter recebido qualquer pedido formal de auxílio do governador Cláudio Castro para a ação policial.
