
O Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos (HHS) anunciou nesta segunda-feira (29) que encaminhou a Universidade de Harvard para procedimentos administrativos que podem resultar na suspensão e exclusão da instituição de qualquer financiamento federal. A medida impediria a Ivy League de firmar contratos com o governo ou receber recursos destinados a pesquisas, bolsas e até ao auxílio estudantil.
Caso a decisão seja confirmada, Harvard perderá uma de suas principais fontes de financiamento, em mais um duro golpe financeiro após o congelamento de US$ 2,6 bilhões em verbas federais durante a administração Trump. A universidade tem 20 dias para solicitar audiência com um juiz administrativo do HHS e tentar reverter a determinação.
O embate entre a Casa Branca e Harvard se intensificou nos últimos meses. O HHS acusa a universidade de agir com “indiferença deliberada” diante de denúncias de antissemitismo no campus e de não cooperar com investigações sobre possíveis discriminações raciais nas admissões. Apesar de tentativas de acordo, a administração Trump afirma que houve cooperação insuficiente por parte da instituição.
A decisão chega pouco depois de um juiz distrital determinar a liberação de US$ 46 milhões em bolsas federais que haviam sido bloqueadas pelo governo. O HHS já anunciou que vai recorrer. Caso Harvard não consiga sucesso na audiência administrativa, ficará proibida de receber indefinidamente qualquer recurso federal medida que também deixaria seus alunos inelegíveis para programas como o Fulbright e as bolsas Harry S. Truman.
Especialistas classificam a ofensiva como uma das ações mais severas já tomadas contra uma universidade de elite nos EUA. Para o professor Robert Kelchen, da Universidade do Tennessee, trata-se da “pressão máxima” possível, atrás apenas da hipótese extrema de revogação do status de isenção fiscal de Harvard.