
O jurista Ary Oswaldo Mattos Filho morreu na noite de segunda-feira, 1º de dezembro, aos 85 anos, em decorrência de complicações pulmonares. Reconhecido como uma das maiores referências do mercado de capitais no Brasil, ele foi sócio-fundador de um dos escritórios de advocacia mais influentes do país, que leva seu sobrenome.
Ao longo da carreira, Mattos Filho ocupou cargos de grande relevância institucional. Foi presidente da Comissão de Valores Mobiliários, presidiu a Comissão Federal para a Reforma Fiscal e integrou o Conselho Monetário Nacional. Também teve atuação destacada na Fundação Getulio Vargas, onde lecionou e contribuiu para a consolidação da Escola de Direito e da Escola de Administração da FGV-SP.
Sua formação inclui o doutorado em direito tributário pela Universidade de São Paulo, em 1973, além de um pós-doutorado na Harvard Law School. Colegas lembram sua generosidade e liderança, como relatou Roberto Quiroga, sócio-fundador do escritório Mattos Filho, ao afirmar que o jurista transformou a trajetória de inúmeras pessoas com as oportunidades que ofereceu.
Durante sua gestão na CVM, Mattos Filho conduziu avanços estruturais para o mercado de capitais brasileiro. Entre eles, a abertura do mercado acionário para investidores estrangeiros e a implementação do Anexo IV, que permitiu a negociação de ações brasileiras em bolsas internacionais. A autarquia ressaltou que sua atuação fortaleceu a instituição e aprimorou a regulação do setor.
Em nota, o escritório Mattos Filho destacou o legado de empreendedorismo, ensino e compromisso público deixado pelo jurista. A instituição lembrou suas contribuições à modernização do ensino jurídico e expressou condolências aos três filhos e demais familiares.



