
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ainda não confirmou presença em dois eventos internacionais de peso marcados para setembro em Nova York: a conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Assembleia Geral da ONU. A indefinição envolve não apenas a agenda nacional, mas também o recente atrito diplomático com os Estados Unidos, que revogaram os vistos de entrada de sua esposa e da filha de 10 anos, no último dia 15 de agosto.
Padilha ironizou o episódio em conversa com jornalistas, citando Ariano Suassuna: “Tem gente que acha que o mundo se divide entre quem foi à Disney e quem quer ir pra Disney. Eu não tenho intenção nenhuma de ir pra Disney”. Para o ministro, a decisão americana foi um “ato de covardia”, embora tenha dito que a situação familiar já foi superada.
O imbróglio cresceu depois que os EUA também revogaram vistos de servidores brasileiros ligados ao programa Mais Médicos. Padilha garantiu que o governo seguirá firme no compromisso de manter o programa, que leva profissionais de saúde a regiões de difícil acesso: “Vamos continuar trabalhando pelo Mais Médicos”.
Mesmo diante da crise, o ministro destacou que, caso decida participar dos encontros internacionais, os EUA são obrigados a garantir sua entrada por meio dos acordos de sede que regem a ONU e a Opas. “Existe o acordo de sede, que precisa ser cumprido. Mas ainda não decidi se participarei, por conta de compromissos no Brasil”, afirmou.