
O 7 de setembro marca a libertação do Brasil do domínio português e a afirmação da soberania nacional. No entanto, mais de dois séculos depois, a pergunta se impõe: somos de fato independentes? A resposta, infelizmente, é não. Milhões de brasileiros vivem reféns do medo, acuados pela violência, pelo avanço das facções criminosas e pela ausência de respostas firmes do Estado.
Em Pernambuco, a realidade é ainda mais dura. O estado é hoje o segundo do país em número de facções criminosas e ocupa a terceira posição entre os mais violentos do Brasil. Esse cenário não é compatível com a independência que merecemos. O trabalhador sai de casa sem a certeza de voltar, famílias vivem trancadas em suas casas, e comunidades inteiras sofrem com a expansão do crime organizado.
É preciso afirmar com clareza: segurança pública não é apenas uma política de governo. É um direito fundamental, tão essencial quanto saúde e educação. Sem ela, não há cidadania plena, não há liberdade e não há democracia real.
Polícia investigativa forte: o caminho contra o crime organizado
Não se enfrenta facções criminosas com improvisos ou bravatas. O crime só será vencido com uma polícia investigativa forte, estruturada, moderna e valorizada, capaz de acompanhar a evolução tecnológica das organizações criminosas.
A Polícia Civil de Pernambuco, apesar de seus mais de 200 anos de história, ainda atua com ferramentas obsoletas e efetivo insuficiente. Enquanto o crime utiliza tecnologia de ponta, comunicação criptografada e redes internacionais, nossas investigações ficam limitadas pela falta de investimentos e de valorização profissional.
É por isso que a aprovação da Lei Orgânica da Polícia Civil não pode ser tratada apenas como pauta corporativa. Trata-se de uma exigência da sociedade pernambucana, que clama por uma segurança pública capaz de desarticular quadrilhas, cortar o fluxo de dinheiro do crime e prender lideranças. Como diz o presidente do SINPOL-PE, “bandido bom é preso e pagando caro pelo que fez”.
A verdadeira independência só será conquistada quando a segurança pública for tratada como prioridade absoluta. Pernambuco não pode esperar mais.
— Áureo Cisneiros
Presidente do SINPOL-PE
Defensor da segurança pública como direito fundamental do povo brasileiro