
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou o secretário de Estado, Marco Antonio Rubio, de 54 anos, como responsável direto pelas negociações com o Brasil em torno das tarifas impostas a produtos nacionais. Do lado brasileiro, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), será o principal interlocutor. A medida reforça o papel de Rubio na formulação da política externa norte-americana, especialmente nas relações com a América Latina.
Ex-senador pela Flórida e filho de imigrantes cubanos, Rubio é um republicano de perfil conservador e crítico declarado de governos de esquerda da região. Ele já fez declarações duras contra os regimes da China, do Irã e, mais recentemente, contra o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde 2017, quando passou a integrar a alta cúpula diplomática de Trump, tornou-se um dos nomes mais influentes na política externa dos Estados Unidos, consolidando uma relação de confiança com o presidente.
Nos últimos meses, Rubio tem endurecido o tom contra o Brasil. Em setembro de 2025, anunciou punições a uma suposta rede de apoio ao ministro Alexandre de Moraes e criticou a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, sugerindo possíveis sanções ao país. Em agosto, classificou o programa Mais Médicos como um “golpe diplomático”, e em julho, determinou a revogação do visto de Moraes. Segundo fontes diplomáticas, o secretário também defende restrições a autoridades brasileiras sob alegação de censura a cidadãos norte-americanos.
Rubio mantém interlocução próxima com a família Bolsonaro desde 2018, em especial com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente vive nos Estados Unidos. Eduardo tem atuado como articulador político junto a congressistas republicanos, defendendo anistia ao pai, condenado a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ele chegou a agradecer publicamente a Rubio e a Trump pela revogação do visto de Moraes, decisão tomada pelo Departamento de Estado em julho.
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