
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, confirmou que discutirá diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as questões territoriais que hoje representam o principal entrave para o fim da guerra com a Rússia. A reunião está marcada para o próximo domingo e ocorre em meio à reta final de elaboração de um plano de paz de 20 pontos e de um acordo de garantias de segurança.
Segundo Zelensky, há expectativa de que decisões relevantes sejam tomadas antes do Ano Novo, diante do esforço diplomático liderado por Washington para encerrar o conflito mais mortal da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O líder ucraniano afirmou que temas sensíveis estarão na mesa, como a região de Donbas e a situação da usina nuclear de Zaporizhzhia.
O presidente da Ucrânia tenta convencer Trump a abandonar uma proposta norte-americana que prevê a retirada completa das forças ucranianas de Donbas. Caso não obtenha uma posição considerada firme dos Estados Unidos contra concessões territoriais, Zelensky admite submeter o plano de paz a um referendo nacional, desde que a Rússia concorde com um cessar-fogo de 60 dias.
Moscou exige que a Ucrânia se retire de áreas da região de Donetsk que ainda não foram totalmente ocupadas pelas tropas russas, como parte do objetivo de controlar integralmente Donbas, formado pelas regiões de Donetsk e Luhansk. Kiev, por sua vez, defende a interrupção dos combates nas linhas atuais de batalha, sem novas perdas territoriais.
Outro ponto crítico é a usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, localizada em uma área de frente de guerra e sob controle russo. Para Zelensky, qualquer decisão sobre concessões territoriais deve passar pela vontade popular, por meio de um eventual referendo, reforçando que não cabe apenas a líderes políticos decidir o futuro do território ucraniano.



