
A governadora Raquel Lyra (PSD) enfrenta um alerta político importante: segundo o Datafolha, 55% dos eleitores da Região Metropolitana do Recife (RMR) reprovam sua gestão. A rejeição na área mais populosa e economicamente relevante do estado revela os desafios da governadora em projetar sua imagem em ambientes urbanos, mesmo após quase dois anos de governo.
Enquanto isso, no interior de Pernambuco, o cenário é bem mais favorável. Lá, Raquel mantém 62% de aprovação, sustentada por uma imagem de gestora eficiente e próxima da população herança de sua trajetória como ex-prefeita de Caruaru. Esse contraste regional mostra que a mensagem política e administrativa do governo ainda não chegou com a mesma força à capital e seu entorno.
Especialistas apontam que a reprovação elevada na RMR reflete a ausência de uma presença mais marcante do governo estadual em temas urbanos, como transporte, segurança, habitação e geração de empregos. Em uma região fortemente influenciada pela liderança do prefeito João Campos (PSB), Raquel Lyra ainda busca firmar uma identidade própria e competitiva.
A disputa simbólica e política entre o governo do estado e a prefeitura do Recife tem sido marcada por contrastes de comunicação. Enquanto João Campos exibe resultados concretos e boa popularidade, Raquel tenta traduzir suas ações em reconhecimento público, enfrentando resistência em um território tradicionalmente dominado pelo PSB.
Para analistas políticos, o principal desafio de Raquel Lyra será reverter a rejeição na RMR sem perder o capital político acumulado no interior. A tarefa exige presença institucional mais forte, estratégia de comunicação urbana e investimentos visíveis que dialoguem com as demandas do eleitor metropolitano hoje, o ponto mais vulnerável de sua gestão.



