
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, tem demonstrado crescente desconforto com o ambiente interno da Corte, segundo reportagem do Poder360. A poucos meses de repassar a presidência para o ministro Edson Fachin, Barroso enfrenta um cenário de distanciamento entre colegas e perda de capacidade de articulação institucional. O protagonismo centralizado nas mãos de Alexandre de Moraes, relator de inquéritos sensíveis, também tem gerado incômodo.
Fontes próximas ao ministro relatam frustração com o papel ampliado do STF nos últimos anos, especialmente em temas de forte impacto político. Aos 67 anos, Barroso já cogita deixar o Supremo após o fim de seu mandato na presidência, movimento que, embora incomum, teria forte peso simbólico. A situação é agravada pela tensão diplomática com os Estados Unidos, que teria resultado no cancelamento de seu visto americano, comprometendo sua agenda acadêmica e familiar no exterior.
Além das dificuldades externas, Barroso enfrentaria um reposicionamento interno delicado. Ao deixar a presidência, passará a integrar a 2ª Turma do STF, formada por ministros com os quais não possui maior afinidade, como Gilmar Mendes, Toffoli, Nunes Marques e André Mendonça. A mudança seria mais um fator de desconforto dentro da Corte.
Se Barroso optar por antecipar sua saída, caberá ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicar mais um nome ao Supremo. Seria a terceira nomeação do petista em seu atual mandato, após a chegada dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino ao tribunal. A saída voluntária de Barroso ampliaria ainda mais a influência do Executivo na composição da mais alta instância do Judiciário brasileiro.