
Lideranças da Enfermagem de todo o país se reuniram nesta quarta-feira (5), em Brasília, para iniciar a construção de um calendário nacional de mobilização e paralisações, com possibilidade de greve geral caso o governo federal continue sem dialogar com a categoria.
O movimento ganhou força após a audiência pública realizada na Câmara Federal na última terça (4), quando representantes do governo não se comprometeram com as pautas centrais da Enfermagem. Entre elas, a PEC 19, que busca fixar o piso nacional com base em jornada de 30 horas semanais, e a demora do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgar a ADI 7222, que questiona a constitucionalidade da lei do piso.
Os profissionais também criticam a falta de tramitação da PEC pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que, segundo a categoria, mantém a proposta parada há mais de 300 dias. O clima de insatisfação cresceu diante do que foi classificado como “omissão e descaso do governo federal”.
Segundo o presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (SATENPE), Gilmar Júnior, a situação se agravou:
“O diálogo é essencial e ainda assim, prefeitos, governadores e o Executivo Federal não estão colaborando com a Enfermagem. Essa postura afeta o serviço público, privado, as cooperativas e a filantropia. Estamos falando de mais de três milhões de trabalhadores humilhados, muitos com salários complementados”, afirmou.
Em Pernambuco, uma eventual paralisação da categoria poderia causar, em 72 horas, atrasos em cirurgias e exames, superlotação de emergências, represamento de transferências e quedas nos indicadores de saúde, afetando repasses federais.
Gilmar reforçou ainda que a luta da Enfermagem é suprapartidária e criticou os governos estadual e municipal:
“Raquel Lyra, João Campos ou qualquer outro governante não estão preparados para uma greve dessa magnitude. Precisam se posicionar e ativar o alerta de caos na saúde”, declarou.



