
O governo de Hong Kong confirmou nesta sexta-feira o encerramento das operações de resgate após o incêndio de grandes proporções que atingiu o complexo de apartamentos Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po. O balanço final das vítimas fatais alcançou 128 pessoas, no que já é considerado o pior incêndio na cidade em quase 80 anos. Além disso, as equipes registraram que cerca de 200 moradores continuam desaparecidos. O fogo começou na tarde de quarta-feira e rapidamente se alastrou, consumindo sete dos oito blocos que compõem o empreendimento.
O chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, detalhou em coletiva de imprensa que 79 pessoas ficaram feridas no incidente, incluindo 12 bombeiros que participaram da resposta. Tang não descartou a possibilidade de que o número de mortos aumente, pois a polícia deve realizar investigações mais detalhadas dentro da estrutura. Ele também ressaltou um ponto crucial para a investigação: os alarmes de incêndio do complexo não estavam funcionando de forma adequada no momento da tragédia, o que pode ter contribuído para a rápida escalada da situação.
Um fator que pode ter acelerado a propagação das chamas foi o fato de a propriedade estar coberta por andaimes de bambu e malha verde devido a obras de reforma. O complexo habitacional é lar de mais de 4.600 pessoas. O chefe de segurança explicou que o foco imediato é garantir a diminuição da temperatura do edifício para que, assim que a segurança for atestada, a polícia possa entrar no local para coletar evidências e conduzir as apurações necessárias sobre a origem do fogo e a responsabilidade.
Enquanto as autoridades se concentram na investigação, a comunidade local tenta lidar com o luto e a devastação. Na sexta-feira, em frente aos prédios carbonizados, pessoas enlutadas depositaram flores em homenagens simples e emocionadas. Moradores angustiados, como a senhora Yu, examinavam os restos de suas casas à distância. "Esta é a minha casa. Olhe ali, no 10º andar, era onde ficava minha casa", disse a moradora, expressando o desejo de retornar, apesar da perda total de seus pertences e da estrutura de seu lar.



