
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará, no próximo domingo (9), da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE), em Santa Marta, na Colômbia. O encontro deve ser palco para uma discussão delicada: a movimentação militar dos Estados Unidos na região do Caribe e na costa da Venezuela. Lula pretende reforçar que a América Latina deve ser preservada como uma zona de paz e cooperação.
Durante entrevista concedida a agências internacionais em Belém (PA), nesta terça-feira (4), Lula afirmou que já abordou o tema em conversa com o presidente norte-americano Donald Trump, durante um encontro na Malásia, em outubro. O líder brasileiro disse estar disposto a atuar como mediador entre os Estados Unidos e a Venezuela, buscando evitar o agravamento de tensões políticas e militares na região.
“O único sentido de uma reunião da Celac, neste momento, é discutir a presença dos navios de guerra americanos nos mares latino-americanos”, afirmou Lula. “A América Latina é uma zona de paz, e qualquer conflito aqui deve ser resolvido pela via política, não militar”, completou o presidente, enfatizando sua posição de diálogo e diplomacia.
A cúpula acontece em meio a um cenário tenso. Tropas, submarinos e navios dos Estados Unidos foram enviados ao Caribe, sob a justificativa de combater o narcotráfico. Por outro lado, o governo de Nicolás Maduro acusa Washington de usar essa operação como pretexto para pressionar a Venezuela e explorar suas reservas de petróleo. A presença militar norte-americana reacendeu debates sobre soberania e intervenção estrangeira na região.
Além do debate geopolítico, o encontro reunirá líderes de 60 países (27 da União Europeia e 33 da Celac) para discutir a retomada do diálogo birregional e as negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a UE. Lula participará apenas do primeiro dia e retorna a Belém para a abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, com foco em temas como transição energética, financiamento climático e preservação da biodiversidade.



