
O Afeganistão enfrenta uma de suas maiores tragédias recentes após o terremoto de magnitude 6 que atingiu o leste do país na madrugada de segunda-feira (30). Segundo autoridades, o número de mortos já chega a 1.411 pessoas, com 3.124 feridos e mais de 5.400 casas destruídas. A expectativa é de que o número de vítimas continue crescendo, já que muitas ainda podem estar presas sob os escombros.
As províncias mais atingidas foram Kunar e Nangarhar, na cordilheira Hindu Kush, região propensa a tremores devido ao encontro das placas tectônicas da Índia e da Eurásia. O acesso às áreas devastadas tem sido um dos maiores desafios. Estradas estreitas e bloqueadas por deslizamentos atrasam a chegada de socorristas, enquanto helicópteros tentam levar suprimentos e transportar feridos para hospitais em Cabul e províncias vizinhas.
De acordo com o Crescente Vermelho Afegão e a ONU, os esforços de resgate se concentram agora em vilarejos montanhosos isolados. “Não podemos prever quantos corpos ainda podem estar sob os escombros. Nosso esforço é concluir as operações rapidamente e iniciar a distribuição de ajuda às famílias afetadas”, afirmou Ehsanullah Ehsan, chefe provincial de gestão de desastres.
A crise humanitária é agravada pela fragilidade da administração do Taliban, que mobilizou soldados para auxiliar no resgate e garantir segurança. O Unicef alertou que milhares de crianças estão em risco e anunciou o envio de medicamentos, barracas, agasalhos, kits de higiene e água potável para apoiar os sobreviventes.
O terremoto representa mais um duro golpe para um país já fragilizado pela guerra, pela queda no fluxo de ajuda internacional e pelas recentes deportações de afegãos por nações vizinhas.