
A Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado (CPI), instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, aprovou os convites para dois ministros de Estado, 11 governadores e diversos especialistas em segurança pública. O objetivo é reunir informações e experiências que contribuam para o enfrentamento ao crime organizado no Brasil.
Os requerimentos foram apresentados pelo relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que também solicitou dados sobre o combate às facções aos ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa. O colegiado terá 120 dias para elaborar um diagnóstico sobre o crime organizado e propor medidas legislativas e operacionais.
Entre as autoridades que devem ser ouvidas estão o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; e o diretor-geral da Abin, Luiz Corrêa. Também foi aprovado requerimento pedindo urgência na tramitação de propostas sobre segurança pública que já foram aprovadas no Senado e aguardam análise na Câmara dos Deputados.
O relator solicitou ainda o comparecimento de 11 governadores e secretários estaduais de Segurança, incluindo representantes dos estados considerados mais e menos seguros segundo o Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Foram convidados os governadores de Amapá, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal, além dos chefes do Rio de Janeiro e São Paulo, por serem as origens das principais facções criminosas do país.
A CPI também pretende ouvir especialistas e jornalistas investigativos com experiência na cobertura de segurança pública, como o promotor Lincoln Gakiya (MP-SP), o pesquisador Bruno Paes Manso (USP), e os jornalistas Josmar Jozino (UOL), Rafael Soares (O Globo) e Cecília Olliveira (Instituto Fogo Cruzado).
Por fim, foram aprovados requerimentos que pedem relatórios de inteligência e informações sobre o controle de armas e munições no Brasil. “Falamos há anos sobre a dificuldade de rastrear armas e munições no país. É hora de enfrentar esse problema com dados e transparência”, afirmou Alessandro Vieira.



