
A nova Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, criada por determinação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), já nasce com maioria de nomes da oposição e promete intensos debates entre governistas e oposicionistas. O colegiado foi instituído após a operação mais letal já realizada no Rio de Janeiro, com o objetivo de investigar a estruturação, expansão e funcionamento do crime organizado, especialmente de milícias e facções.
Entre os indicados para a titularidade estão Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Sergio Moro (União-PR), ex-juiz e ex-ministro da Justiça. Ambos devem ter papel de destaque nas discussões. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) também foi indicado, mas pode ser substituído por Márcio Bittar (PL-AC) caso não assuma. Outros nomes da oposição, como Magno Malta (PL-ES) e Eduardo Girão (NOVO-CE), reforçam a composição do bloco.
O PT indicou o líder do partido no Senado, Jaques Wagner (BA), e Rogério Carvalho (SE) como titulares, enquanto Fabiano Contarato (ES) será suplente. Apesar da predominância oposicionista, o governo ainda pode contar com o apoio de senadores considerados independentes, como Otto Alencar (PSD-BA), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Alessandro Vieira (MDB-SE). PP e Republicanos ainda não oficializaram suas indicações, o que pode alterar o equilíbrio político da CPI.
Ao anunciar a criação da comissão, Alcolumbre declarou que “é hora de enfrentar grupos criminosos”. Ele marcou para a próxima terça-feira (4) a instalação da CPI, ressaltando a necessidade de união institucional no combate à criminalidade. A decisão ocorreu após o Congresso reagir aos recentes episódios de violência no Rio de Janeiro.
Na véspera, o Senado aprovou um projeto de lei que altera o Código de Processo Penal, ampliando as possibilidades de prisão preventiva e determinando a coleta de material genético de detidos por envolvimento com o crime organizado. O texto, de autoria do ex-senador Flávio Dino, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi relatado por Sergio Moro e segue agora para sanção presidencial.



